Eu
costumava ser dessas pessoas que não se perdoam. Acho que, na vida, poucas coisas são piores do que gente que não se perdoa. É pesado se culpar o tempo inteiro.
Dá gastrite carregar o mundo nas costas como se nós tivéssemos, realmente, o
poder de mudar certas coisas. Eu era dessas pessoas. Meu Deus, como amargurava
fins de relacionamentos, brigas, ajudas que não pude dar. Eu me culpava se
alguém parava de gostar de mim. Eu me crucificava se, por puro acaso do
destino, dava algum escorregão e errava. Errar era um desses verbos que eu
jamais queria conjugar. Eu não me perdoava.
Eu
odiava que me lembrassem que eu era humana, que falhava, que não dava para ser
perfeita o tempo inteiro. Eu detestava decepcionar as pessoas. Eu não suportava
a ideia de que um dia pudesse, sem querer, machucar alguém que eu amasse muito.
E aí eu media cada atitude, controlava cada palavra, ficava imaginando se
alguma das minhas opiniões poderia ferir a opinião de outra pessoa. Eu
aquietava, para não poluir os ouvidos de ninguém. E me guardava, me pesava, me
machucava nessa tentativa inútil de não decepcionar as pessoas ao meu redor.
Acho
que a pior parte de uma pessoa que não se perdoa é que a gente se cobra tanto
que se acha no direito de cobrar coisas das outras pessoas também. Se uma
pessoa não é tão amiga, meu Deus, ela não merece minha amizade de volta. Se uma
pessoa falha, então que fique bem longe de mim. Se nega ajuda, com certeza não
me ama como eu deveria ser amada. Deus, ainda tem isso: quem não se perdoa acha
também que há um jeito certo de ser tratada.
Eu
cresci e acho que quando a gente cresce a gente para de se pesar tanto também.
Na marra, aprendi as maravilhas que faz um perdão. Perdoei minhas falhas,
minhas fraquezas, minhas indecisões, meus clichês, minhas contradições e minhas
faltas. Tudo bem, eu tinha limitações. Eu não sei ser tão amiga, tão legal, tão
simpática e tão boa de coração assim. Ninguém sabe. A gente age aqui e ali como
acha que tem que agir e torce para estar acertando. Mas, no fundo, morremos de
medo de sermos as piores pessoas do mundo enquanto tentamos.
Me
livrar desse peso do mundo nos meus ombros não foi bom só para mim. Foi bom
para minha família, meus amigos, meus antigos e futuros namorados. Fiquei mais
leve. E aceitei a vida com mais leveza também. Tudo bem, a gente erra. O tempo
todo. Mais do que deveria, mas fazer o quê? Não dá para amargurar erros o tempo
todo. Melhor a gente se perdoar e lá na frente, quem sabe, a gente comece a
aprender com nossos próprios erros. E só.
me apaixonei por esse texto me achei em algumas frases e no fato de não me perdoar em quase nada.
ResponderExcluirLindo o texto .....
http://www.fragmentos-intensos.com/
Obrigada, Iaraaa <3
ExcluirQue perfeito. Também tenho essa mania de exigir muito de mim desde pequena. Muitas vezes me decepciono com as pessoas por esperar que elas façam por mim o mesmo que faço por elas. Tô tentando mudar também rs!
ResponderExcluirSucesso Karine. Sou sua fã! :)
É, melhor parar de se pesar tanto, né?
ExcluirObrigada, Isabella!
Beijos
Muitoo bom Kah.
ResponderExcluirRealmente, tentar ser perfeita o tempo todos as vezes cansa.
Sempre bom saber que não podemos ser assim. Isso só piora amizades e relacionamento.
Parabéns!!!!
Obrigada, Débora <3333
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